Por ser tão leve o teu passar
Na estrada, à tarde, quando vens
De pôr o gado que não tens,
A pastar...
Por ser tão brando o teu sorrir,
Tão cheio de feliz regresso
Do longe prado, onde apeteço
Contigo ir...
Por ser tão breve o teu querer
Alguém que perto de ti passe
E, porque a tarde cai, te abrace,
Sem nada te dizer...
Por ser tão calmo o teu sonhar
Que já é tempo de não ter
Esse rebanho de pascer,
Mas outro de amamentar...
É que eu me perco no caminho
Do grande sonho sem janelas,
De estar contigo no moinho,
Sem o moleiro nem as velas.
Mostrar mensagens com a etiqueta Carlos Queirós. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Carlos Queirós. Mostrar todas as mensagens
segunda-feira, 9 de janeiro de 2017
quinta-feira, 29 de dezembro de 2016
#62 - AROMA, Carlos Queirós
Não invejo quem possa merecer
A realidade da tua presença.
Prefiro imaginar-te de intangível matéria,
Com medo de acordar a Beleza que sonha
Na inefável harmonia dos teus gestos...
Assim fosse o teu corpo uma espécie de aroma,
Que apenas preenchesse o ar que eu respirasse!
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
#20 - ERÓTICA, Carlos Queirós
A noite descia,
Como um cortinado,
Sobre a erva fria
Do campo orvalhado.
E eu, (fauno em vertigem
A rondar em torno
Do teu corpo virgem,
Sonolento e morno),
Pensava no lasso
Tombar do desejo;
Em breve, o cansaço
Do último beijo...
E no modo como
Sentir menos fácil
O maduro pomo
Do teu corpo grácil.
Ou sem lhe tocar
-- De tanto o querer! --
Ficar a olhar,
Até o esquecer,
Ou como, por entre
Reflexos de lago,
Roçar-lhe no ventre
Luarento afago;
Perpassando os meus
No teus lábios húmidos,
Meu peito nos teus
Brancos
seios
túmidos...
Como um cortinado,
Sobre a erva fria
Do campo orvalhado.
E eu, (fauno em vertigem
A rondar em torno
Do teu corpo virgem,
Sonolento e morno),
Pensava no lasso
Tombar do desejo;
Em breve, o cansaço
Do último beijo...
E no modo como
Sentir menos fácil
O maduro pomo
Do teu corpo grácil.
Ou sem lhe tocar
-- De tanto o querer! --
Ficar a olhar,
Até o esquecer,
Ou como, por entre
Reflexos de lago,
Roçar-lhe no ventre
Luarento afago;
Perpassando os meus
No teus lábios húmidos,
Meu peito nos teus
Brancos
seios
túmidos...
Subscrever:
Mensagens (Atom)